A situação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é crítica – talvez a pior dos últimos tempos – e não deve ser diferente das demais instituições federais de ensino do estado. O colapso atual decorre de duas medidas devastadoras: primeiro, o corte de cerca de R$ 17 milhões feito pelo Congresso Nacional na passagem do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025; e depois, a edição do Decreto nº 12.448/2025, que restringiu severamente os limites de empenho e execução das despesas discricionárias. O que já era um orçamento insuficiente se tornou um cenário de asfixia total.
Na reunião do Conselho Universitário, realizada no dia 8 de maio, a pró-reitoria de Planejamento anunciou que a UFRJ não possui mais nenhum limite orçamentário para funcionar durante o mês de maio. O corte é brutal: dos R$ 484 milhões necessários, foram liberados apenas R$ 311 milhões – um déficit real de R$ 173 milhões. O governo federal, ao reduzir de 5/12 avos para 5/18 avos a liberação orçamentária até maio, comprometeu não só o funcionamento mínimo da universidade, como também ameaçou diretamente contratos essenciais, como segurança, alimentação, transporte e manutenção.
Diante dessa asfixia, a Reitoria da UFRJ publicou uma nota oficial anunciando medidas emergenciais, como a suspensão de despesas com combustível, manutenção da frota e aquisição de materiais, mantendo apenas os serviços considerados vitais. A nota está disponível neste sítio:
https://www.instagram.com/p/DJcX-Zgytv1/?igsh=eWx5NWNsZHNsMDlr
Com a situação se agravando, surge o apelo: a sociedade precisa estar alerta, e a bancada federal do Rio de Janeiro precisa agir com urgência.
O Friperj convoca a bancada federal para o dia 19
O Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Ensino do Estado do Rio de Janeiro (Friperj), presidido pelo reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), professor Roberto Rodrigues, convocou oficialmente todos os parlamentares federais do estado para uma reunião presencial no próximo dia 19 de maio, às 10h, na Reitoria do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), auditório, na Rua Buenos Aires, 256, Centro, Rio de Janeiro.
Essa reunião será decisiva para discutir a grave situação orçamentária das instituições federais do estado. O convite está disponível neste sítio:
https://www.instagram.com/p/DJcpVRcutU2/?igsh=ZWl4ZTNnOXhldnRr
O Friperj foi oficializado em agosto de 2024 como uma organização permanente de articulação entre as instituições públicas de ensino superior do Rio. Reúne reitores e reitoras da UFRJ, UFF, UFRRJ, UNIRIO, UENF, UERJ, CEFET-RJ, IFRJ, IFF e Colégio Pedro II, além de entidades da sociedade civil. Seu objetivo é integrar as universidades e institutos federais e estaduais do estado para enfrentar, de forma conjunta, os desafios estruturais e financeiros da educação pública superior.
Além de propor soluções regionais e buscar a recomposição orçamentária, o Friperj também coordena o Programa Permanente de Estudos sobre o Estado do Rio de Janeiro, que articula pesquisadores das instituições integrantes para produzir dados e políticas públicas com foco no desenvolvimento do estado.
Um chamado à responsabilidade política
É hora de a bancada federal do Rio de Janeiro — deputados e senadores — demonstrar que está à altura do mandato que recebeu. O mínimo que se espera de cada um dos deputados e deputadas, bem como dos três senadores eleitos pelo estado, é que compareçam à reunião do dia 19, ou, no mínimo, se posicionem publicamente sobre a tragédia orçamentária que atinge as universidades fluminenses.
Mais que uma questão administrativa, trata-se da sobrevivência da educação pública de qualidade, da pesquisa científica nacional, da inclusão social, e da formação de profissionais que sustentam o presente e o futuro do Brasil.
Se a maior universidade federal do país está sufocada, o que dizer das demais?
Não deixem nossas universidades morrerem à míngua. Deputados e senadores do Rio, compareçam. Os cidadãos estão vendo.
