Sexta da Paixão – Judas teve opção de não trair Cristo?

Um artigo de Opinião publicado nesta quinta-feira em um dos maiores jornais do país afirma que teria sido Jesus que traiu a Judas. Pura provocação, mas Judas teria uma opção ou estava predestinado ao pecado?

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Imagem gerada por Inteligência Artificial

Sextou.
Mas não é qualquer sexta feira, como outras em que já entramos em “modo final de semana”.

Quando amigos trocam mensagens convidando para um brinde, para uma reunião de festa ou para baladas.

Essa é um sexta feira diferente, a celebração da Paixão, onde os cristãos recordam as 14 estações da via sacra, ou dos acontecimentos que representam o sacrifício de Jesus, desde sua condenação, passando pelo Calvário, sua morte na cruz e sepultamento. Paixão é momento de dor, e que culmina na ressureição, que é a vitória do Cristo sobre a morte e sobre a visão materialista do mundo. Uma visão de que Cristo venceu o mundo, a morte e o pecado.
E interessante é o personagem Judas, que buscava em Jesus um líder libertador que traria a distribuição de bens e riqueza para os pobres, a revolução sobre as estruturas globalistas da época, representada por Roma. E como todo revolucionário, Judas queria também um lugar de honra no governo de Jesus para que pudesse enriquecer e ter as benesses do governo. Mais ou menos tudo que os revolucionários materialistas de hoje almejam.

Cristo venceu o mundo, mas o mundo insiste em polemizar e desqualificar essa vitória. Por exemplo, os editores da Folha de S. Paulo, escolheram a Semana Santa, período mais alto do ano cristão, para publicarem uma crônica que “opinião”, dizendo que “teria sido Jesus que traiu a Judas”. Fica claro o que o nível do estrume que habita e mente destes jornalistas, que perdem cada vez mais credibilidade a cada semana. Afinal para que tanta provocação, se não causar tumulto. E com clara visão política? Porque no final a conclusão do autor é para agredir políticos evangélicos, onde ele cita nominalmente um deputado jovem e muito conhecido, que foi o mais votado do pais, e que movimenta centena de milhões em seus vídeos. O tal Valdinei Ferreira, autor do texto, demonstra claramente uma inveja doentia, pecado capital. E quem é Valdinei? Um sociólogo, provavelmente aderente aos partidos de esquerda e linha socialista. O autor, em busca de likes, se diz teólogo da “Igreja Presbiteriana Independente”. Mas lança mão de um evangelho apócrifo de Judas, que qualquer iniciante em teologia sabe que não representa fonte fiel ou consistente, mas fábulas. Como se um médico fizesse um tratado acadêmico e lançasse mão de uma história de cordel para justificar o elixir de tanajura como medicamento universal. Ou seja, argumentos infantis e sem credibilidade para defender inverdades em um jornal de circulação nacional.

Valdinei busca em Jean-Yves Leloup uma consistência para suas ideias de níquel furado. Leloup tem uma bela trajetória como personagem, mas sua vida de conversão, denota uma alma atormentada. Inicialmente um ferrenho ateu, se converteu diante de uma provação suprema de saúde, sendo acolhido pelos dominicanos com muita consistência teologia. Mas com tantas inquietações espirituais, sua vocação o levou para muitas paragens e “pirações”, numa trajetória tentando unificar a visão de diversas culturas em relação ao Divino e ecumenismo. Em tempo oportuno, podemos aprofundar os erros teológicos publicados pelo Meme da Folha.

Por enquanto melhor fechar que a Semana Santa é tempo de recolhimento e especialmente para que cada pessoa, cristão ou não, possa meditar que tem escolhas. Como Judas teve.
Nos evangelhos é dito que Jesus acolheu a Judas e que lhe deu espaço para a mesa, juntamente com todos os apóstolos. Ele teve escolhas. E optou pelo caminho do pecado, o texto diz que Judas já estava contaminado pela ambição e pelas trinta moedas; e persisti na traição e de entregar o Cristo aos doutores da lei, Caifás e aos romanos. E uma vez que Judas entendeu seu erro, foi não aceitou o perdão e reconciliação que lhe foi oferecido, e no seu desespero, atentou contra sua própria vida.

O debate sobre as motivações de Judas, e uma possível missão de que deveria ser um instrumento para que se realizassem as escrituras é amplo. Mas Deus é tão bom e pleno que não precisaria de um ser humano para realizar seus desígnios e muito menos de impor o pecado como forma para consumação de seu plano salvífico. Portanto o entendimento da Igreja é que Judas teve escolhas, e poderia até o último instante aceitar o amor de Jesus e seu perdão. Quanto a salvação de Judas ou sua condenação, isso cabe apenas ao Pai em sua misericórdia e julgamento, e não há ser humano, nem sociólogo ou teólogo, capaz de emitir um parecer definitivo.

O paralelo com Pedro, que também negou Jesus antes do galo cantar, naquela mesma noite; mas que ao perceber e tomar consciência do amor do Cristo que lhe chamava de volta, o levou a uma conversão. E apóstolo foi o grande líder e condutor da Igreja nos primeiros anos. 

Os cristãos são em torno do 30% da população mundial. No Brasil somos em torno de 85% entre católicos e outras denominações cristãs. Cada pessoa tem sua liberdade de crença e de professar sua fé. Mas que possamos ser íntegros em nossas escolhas pelo bem, por ações baseadas em valores e que possam trazer o bem social da partilha. E não o egoísmo de Judas com sua ambição por dinheiro e pela revolução social; pessoas que vemos nos cenários públicos e político: usam do discurso de combater a pobreza, para captar dinheiro e desviar para seu bolso.

Por fim que a meditação da paixão de Cristo, nos conduza a uma permanente transformação, onde possamos superar nossas fraquezas e acreditar que somos tão importantes para o próprio Deus, ao ponto de ele nos oferecer seu próprio filho em redenção para nos abrir as portas de um novo tempo. Que cada um, possa olhar a cruz e perceber o seu valor para Deus. Foi por cada um de nós que “Jesus se apaixonou”. E portando no domingo de Páscoa deve brotar uma grande alegria em nossos corações: Ele venceu. Nós também venceremos.

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